Se a preocupação estava em um crescente desde a década de 90 e cada vez mais presente nos dias atuais, a pandemia da covid19 veio para colocar a saúde mental (e física) como prioridade para os gestores de RH.
E não é só porque as empresas precisam assumir uma responsabilidade social com seus empregados, os impactos da saúde mental para as despesas da corporação são muito altos também.
Um colaborador deprimido tende a acumular faltas, onera o plano de saúde, prejudica a sinergia da equipe e claro, afeta a produtividade.
Em muitos casos, o colaborador precisa ser afastado e substituído por outros. O que demanda novas contratações, ou sobrecarrega ainda mais as pessoas do mesmo departamento. E dependendo das condições de trabalho, deixa a empresa vulnerável também a processos trabalhistas.
Então como identificar problemas de saúde mental e promover ações para cuidar do corpo e da mente do nosso time? A sua empresa já está cuidando disso?
Quais ações você pode tomar? E como identificar se o problema é desmotivação ou algo mais sério relacionado à saúde mental?
Vem com a gente, que queremos te ajudar!
A saúde mental na sociedade
A incapacidade de gerir emoções, lidar com as pressões, as condições de trabalho, as relações pessoais e profissionais. A saúde mental em boas condições é estar bem consigo mesmo e com os outros.
Ela está totalmente vinculada à nossa qualidade de vida. E é muito importante que as empresas estejam atentas para promover a saúde mental dentro da instituição.
O problema é bem sério. Segundo dados da OMS, baseados na Rais e Dieese, a saúde mental está entre os principais motivos de afastamento do trabalho no Brasil.
Dentre eles, a depressão é o principal motivo de afastamento relacionado à saúde mental, que geralmente já está bem agravada quando o colaborador não consegue mais cumprir com o trabalho.
O transtorno de ansiedade, todavia, é o mais presente na população. 63% dos trabalhadores relataram possuir algum problema/dificuldade relacionada à ansiedade.
O estresse também atinge muitas pessoas, principalmente para as que ocupam cargos de grande responsabilidade.
E a Síndrome de Burnout também preocupa, quando há o esgotamento mental e o trabalho fica impossibilitado de ser realizado. Estima-se que 40% das pessoas já tenham tido ao menos um episódio durante a vida profissional.
Principais causas de problemas de saúde mental dos colaboradores
Mas o trabalho é também um dos principais pilares para a saúde mental. Por isso, antes de tudo é importante avaliar se a sua empresa tem algum desses elementos dentro da cultura organizacional:
- Rotinas desgastantes
- Assédio psicológico e moral
- Jornadas de trabalho exaustivas
- Falta de incentivo e reconhecimento
- Lideranças autocráticas
- Exigências contraditórias
- Falta de clareza no contrato de trabalho
- Relações profissionais tóxicas e abusivas
- Competição interna
- Relações interpessoais por conveniência
- Comunicação ineficiente e sem empatia
- Cultura organizacional da culpa
- Ameaças financeiras e de desemprego
Caso positivo, é importante repensar e estruturar como cada questão pode ser resolvida. Sabemos que muitas empresas têm culturas hierárquicas bem verticais, e que mesmo os profissionais de RH também são incapazes de transformá-las.
Mas fazer diagnósticos como esse são essenciais para a resolução de problemas relacionados à saúde mental.
Uma sondagem europeia sobre saúde mental, conduzida pela OSHA Europeia, mapeou causas comuns para o estresse relacionado ao trabalho. Dentre eles, destacaram-se:
- a reorganização do trabalho ou a insegurança laboral (72%);
- os extensos horários de trabalho ou o volume de trabalho excessivo (66%);
- a intimidação (bullying) ou o assédio no trabalho (59%).
Cerca de 40% dos entrevistados relataram que essas questões de estresse e saúde mental não são devidamente abordadas dentro do local de trabalho.
A saúde mental na pandemia
É dito que a pandemia de covid19 também agravou outra pandemia que vem crescendo nas últimas décadas, o estresse, a ansiedade, a depressão… Todos os problemas relacionados à saúde mental.
Em 2020, segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, houve aumento de 26% nos pedidos de auxílio-doença e concessões de aposentadoria por invalidez decorrentes de problemas de saúde mental.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC) e Talenses Group, revelou que em 2020 a saúde mental de 73,8% dos 573 profissionais entrevistados foi afetada.
Para as mulheres, a pandemia prejudicou mentalmente 80,92% delas. Os dados são alarmantes também para as gerações mais novas, como a geração Z (nascidos a partir da década de 90), 80,65% disseram ter sido afetados.
Se antes estava ficando de lado, a questão da saúde mental ficou em evidência. Outro duro aprendizado que veio junto com a pandemia.
Por isso, cuidar da também da mente já é fundamental e meta para qualquer empresa que pensa na sustentabilidade do negócio e quer ver a produtividade melhorar. E claro, cuidar do bem-estar e felicidade dos colaboradores. O bem mais precioso de qualquer negócio.
Como implementar um programa de Saúde Mental na empresa?
A conscientização sempre é o primeiro passo. Criar um ambiente propício para que o tema seja não só abordado, mas discutido com os colaboradores.
Criar palestras, workshops e materiais visuais para informar e alertar sobre o problema já é um bom começo.
Depois é importante que existam canais onde o colaborador possa partilhar suas questões emocionais.
Oferecer profissionais capacitados para a escuta e estruturar a comunicação dos colaboradores com a empresa também é muito importante.
Reavaliar as condições de trabalho para que cada colaborador se sinta confortável em suas atividades. O home office e flexibilidades semanais têm sido algumas soluções utilizadas por muitas empresas.
Já pensou em oferecer psicoterapia como benefício para os colaboradores da empresa? A prática cresceu bastante com a pandemia e, felizmente, veio para ficar. Muitas pessoas, mesmo em crises, têm preconceito ainda com psicoterapia ou não querem gastar com a saúde mental. Quando é um benefício da empresa, a situação fica muito mais facilitada.
Outras práticas que têm ajudado muitas organizações são o mindfulness (práticas de meditação), grupos de atividades físicas como ginástica laboral ou esportes fora do expediente.
Além disso, realizar eventos externos de interação social. Importante para promover a socialização fora do ambiente de trabalho.
Ações sociais promovidas pela empresa, que envolvam os colaboradores são comprovadamente alternativas para melhorar a satisfação com o trabalho também.